Vida sexual durante a gestação
Esse é
mais um tabu sobre a gestante: Evitar as relações sexuais. Isso é um mito!
Veja o que os especialistas falam sobre o assunto.
Veja o que os especialistas falam sobre o assunto.
Na
gestação, o organismo feminino sofre uma série de transformações físicas e
emocionais, que variam muito de acordo com o período. Na esteira de tantas
mudanças, a libido também pode ficar superinstável.
* Renata
Gebara, Ginecologista e obstetra do Hospital Santa Catarina, em São Paulo - “No
primeiro trimestre, as alterações hormonais são maiores, há um aumento na
produção de corticoides e progesterona. Tudo isso pode afetar a libido,
diminuindo o desejo sexual, a hipersensibilidade mamária, as cólicas e as
náuseas, comuns nessa fase, também podem diminuir o interesse sexual".
* Rosa
Neme, ginecologista do hospital Israelita Albert Einstein - “A questão
emocional interfere muito nisso. Muitas mulheres ficam bastante inseguras
nesses primeiros meses, com medo de perder o bebê, o que evidentemente pode
atrapalhar na hora da relação”.
* Eduardo
de Souza, coordenador científico de obstetrícia e ginecologia do Hospital
e Maternidade São Luiz, em São Paulo - “Um importante componente que influencia
na queda da libido é a mudança radical que ocorre no corpo. Muitas mulheres
começam a ter medo de que o parceiro não as considere mais atraentes, por causa
do aumento de peso ou do aparecimento de estrias, por exemplo. Com isso, acabam
se retraindo.”
No
segundo trimestre, é comum que a atividade hormonal se estabilize e que muitos
dos medos e resistências do casal já estejam resolvidos. É nessa fase que
muitas mulheres redescobrem o desejo sexual e muitas até relatam um aumento na
libido, fruto da baixa na ansiedade e da satisfação com o seu novo momento de
vida, em que se sentem mais femininas e completas.
Nos
últimos três meses, não é raro que mesmo as mulheres que passaram por toda a
gravidez tendo relações regularmente acabem diminuindo o ritmo. O crescimento
da barriga e os desconfortos associados ao final da gestação, como o cansaço e
as dores nas costas, podem impedir que a vida sexual do casal flua
naturalmente. Por outro lado, do ponto de vista psicológico, há um aumento
considerável da tensão, em razão da proximidade do parto.
Casais
bem resolvidos, obviamente, têm mais facilidade de administrar todas essas
mudanças e, mesmo nos momentos de baixa na libido, conseguem manter a
intimidade, trocando carícias e palavras de afeto, independentemente do contato
sexual propriamente dito.
Para
Souza, um cuidado importante é que os casais dialoguem bastante durante o
período, apoiem-se mutuamente e, no momento da relação, busquem conforto e
segurança. “Durante a gravidez, o pai precisa aceitar que quem vai ditar as
regras na cama será a mulher. O ideal é procurar sempre as posições mais
confortáveis, para que ela realmente se sinta bem.”
Depois do parto
Após o nascimento do bebê, recomenda-se a média de
seis semanas sem sexo, tempo que o corpo da mulher leva para voltar às
condições normais e se proteger de microorganismos e infecções. Depois de
uma cesariana, é importante aguardar o período de recuperação. Se ainda não
estiver cicatrizada, dificilmente a mulher conseguirá se soltar e curtir a
relação sexual. Assim que o bebê nasce, ocorre queda das taxas do hormônio
feminino e predominância do hormônio que leva à produção do leite. Esse estado
geralmente provoca na mulher uma baixa da libido.
O mais importante é o diálogo e a parceria
entre o casal. Se o seu médico não colocar nada que impeça a relação sexual
durante a gestação (o que pode acontecer em casos específicos, gravidez de
risco onde há sangramentos), ela é permitida e até recomendada. Optando sempre
pelas posições mais confortáveis, que não comprometam o bem-estar da gestante.
Comentários
Postar um comentário