A função das naninhas
Paninhos, bichinhos de
pelúcia, brinquedos, cobertores e até travesseiros, são objetos
transicionais, que deixam as crianças mais seguras na hora de dormir.
É hora de dormir. Bebê deitado, fralda colocada, ambiente tranquilo. Depois da
historinha, a criança sonolenta parece calma e pronta para pegar no sono. Tudo
perfeito, cama quentinha, luzes apagadas e... O bebê começa a chorar – sinal
claro de que a noite está apenas começando!
Se essa cena lhe parece familiar, antes de se
desesperar, saiba que seu filho pode estar inseguro, com medo de se separar da
mãe. E uma das maneiras mais eficazes de lidar com essa fase de transição é dar
a ele um amiguinho de pelúcia, um brinquedinho de tecido, um cobertorzinho
macio, uma fraldinha de pano ou até um travesseirinho fofinho. São os chamados
objetos transicionais.
Qual escolher?
De acordo com a pediatra Ana Escobar, do
Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, antes de dormir, as crianças gostam de ter, por
perto, objetos familiares para segurar. “Eles trazem segurança para o nenê”,
ressalta a médica.
Os objetos transicionais simbolizam a figura
materna para a criança. Há uma inevitável associação com o colo e o aconchego.
Paninhos, cobertores e brinquedos de pano costumam fazer sucesso entre os
bebês. Alguns meninos podem escolher objetos mais duros, como um travesseiro ou
um bichinho de pelúcia.
Segundo o psicanalista inglês Donald
Winnicott, mais importante do que o objeto, é a experiência da criança com ele.
“Ele ajuda o bebê na difícil tarefa de construir sua identidade. São os
primeiros estágios de uso da ilusão, uma transição que abre caminho para o
desenvolvimento da criatividade e da capacidade de brincar".
Tem idade para retirar?
Não convém deixar a criança usar o objeto
durante toda a infância. Com 2 anos de idade, a compreensão das situações fica
mais clara para o bebê e é um bom momento para começar a retirar os objetos.
Eles perdem o sentido à medida que a criança desenvolve interesses culturais,
como jogar, desenhar e fazer algum esporte.
Para a psicóloga Maria Eugênia da USP, os
objetos devem ser encarados como algo saudável, mas seu uso prolongado – após
os 2 anos de idade – pode representar uma dificuldade da criança em passar pelo
processo de individualização. “Pode haver a fixação da criança pelo brinquedo”,
relata a Maria Eugênia.
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