Prisão de ventre e diarreia: como lidar em cada situação
Descubra quais são as principais causas dessas alterações
intestinais e saiba como ajudar o seu filho.
É verdade
que entre mães até falar sobre o cocô do filho rende uma boa conversa, não é
mesmo? Muitas vezes surgem dúvidas sobre o que é normal e como agir em casos de
dor de barriga, dificuldades para evacuar e quais alimentos são os mais
adequados para cada situação.
“Normalmente
o ritmo do intestino de uma criança a partir de dois anos de idade assemelha-se
ao do adulto, sendo normal de três evacuações por dia e até uma vez a cada dois
dias — sem dor, dificuldade ou sangramentos”, explica o Dr. Mauro Batista de
Morais, professor livre-docente de Gastroenterologia Pediátrica da Escola
Paulista de Medicina e gastroenterologista pediátrico da Clínica de
Especialidades do Hospital Albert Einstein. De acordo com o especialista, bebês
possuem um padrão de funcionamento do intestino diferente, podendo variar de
acordo com os alimentos que são apresentados aos pequenos.
Constipação (intestino preso)
O
que é: eliminação
de fezes endurecidas com esforço, dor ou dificuldade, independentemente do
intervalo de tempo. As fezes costumam sair como pequenos carocinhos ou então
muito volumosas. Lembre-se de que alguns bebês em amamentação exclusiva podem
ficar de 3 a 5 dias sem evacuar — contanto que, ao fazerem cocô, não precisem
de esforço.
Possíveis
causas: a
alimentação é a causa mais comum para a constipação intestinal. Uma dieta pobre
em fibras e água tem como efeito fezes endurecidas e difíceis de serem
eliminadas. Além disso, algumas pessoas possuem o intestino preso em razão de
alguma característica genética. Situações como fissuras no ânus ou assaduras graves
também podem levar à retenção das fezes, já que a criança fica com medo de
sentir dor ao evacuar.
O
que fazer: escolher
uma dieta rica em fibras, como verduras e cereais integrais, e aumentar a
ingestão de água é uma das melhores alternativas. Você também pode fazer
massagens na barriga do seu filho no sentido horário e, ainda, aqueles
exercícios com as perninhas dobradas, levando-as suavemente em direção ao
abdômen. Mamão e ameixa costumam ajudar a soltar o intestino, mas bebês em
amamentação exclusiva devem continuar apenas com o leite materno.
Alimentação: consumir de duas a três frutas
ao dia, além das orientações acima. No caso de bebês que são alimentados com
fórmulas lácteas, é necessário oferecer água sempre. Já os que mamam no peito
não devem ingerir, pois o leite materno já contém água suficiente em sua
composição para hidratar o pequeno.
Diarreia (intestino solto)
O
que é: mais
de três evacuações amolecidas ou líquidas por mais de 24 horas, representando
uma alteração no ritmo intestinal. Lembre-se de que bebês em amamentação
exclusiva possuem um padrão diferente, podendo fazer cocô de quatro a oito
vezes por dia — em geral, ao término das mamadas.
Possíveis
causas: as
infecções intestinais mais comuns são causadas por vírus, entre eles o rotavírus,
que pode ser combatido mantendo a vacinação do pequeno em dia — os bebês devem
tomar a primeira dose aos dois meses de vida. Bactérias como a Salmonella
também provocam diarreias agudas que, se persistirem por mais de duas semanas,
podem representar grande risco para a criança — assim como casos de parasitose,
diagnosticados com um exame de fezes. O intestino solto ainda pode ser efeito
colateral do uso de alguns antibióticos ou ingestão de alguns alimentos.
O
que fazer: hidratar
a criança! Sempre ofereça água para o seu filho. Os postos de saúde
disponibilizam o soro para hidratação via oral, mas ele também pode ser feito
em casa, misturando duas colheres grandes rasas de açúcar e uma colher pequena
rasa de sal em 200 ml de água filtrada. Além disso, utilize pomadas para
assaduras para proteger a pele do bumbum de machucados.
Alimentação: evite doces e prefira uma
alimentação leve e com pouca gordura. Seu filho pode rejeitar os alimentos
durante um período, mas o mais importante é que ele se mantenha hidratado. Em
alguns casos, a diarreia pode levar a uma passageira intolerância à lactose,
então, se perceber que após tomar leite de vaca seu filho não está ficando bem,
prefira suspendê-lo nesse período. A amamentação materna deve ser mantida e é uma
ótima fonte de hidratação e nutrientes.
Intolerância à lactose causa diarreia?
A
intolerância à lactose costuma aparecer a partir dos 4 anos de idade, quando
nosso corpo começa a diminuir a produção da lactase, enzima responsável pela
quebra desse açúcar do leite. Além da diarreia, aparecem outros sintomas, como
dor abdominal e aumento de gases — aproximadamente em até duas horas após a
ingestão do leite de vaca. Exames laboratoriais conseguem detectar a existência
dessa intolerância.
Dor de barriga emocional
Assim
como os adultos, as crianças também podem apresentar uma mudança do padrão
intestinal de acordo com situações diferentes que estão vivendo. Seu filho pode
ficar com o intestino preso por ir dormir na casa de algum amiguinho, por
exemplo, ou intestino solto por ficar ansioso para aquela apresentação da
escola, por um curto intervalo de tempo, sem que isso represente um problema.
Lembre-se:
procure um médico sempre que os sintomas persistirem.
Alessandra Rebecchi Feitosa
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